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"Do amor e outros demônios'', para citar García Márquez.

E hoje olhando pela bela paisagem que tenho da minha janela, percebo como sou abençoada por tudo o que tenho. As coisas podem se complicar, posso querer gritar ao mundo que não aguento mais, que quero que ele pare um pouco para que eu possa sorver o ar lentamente ao menos uma vez, fechar os olhos e abri-los sem que tudo já tenha mudado tão rapidamente.E assim aguentar o tranco. Aguentar seja lá mais o que estiver por vir.
Fatos que pareciam não fazer sentido no quebra-cabeça-monta-e-desmonta da minha vida agora fazem, se encaixam perfeitamente como peças que faltavam para completar aos poucos a figura em si.
Sim, ainda estou cansada desta vida meio repetitiva, das mesmas brincadeirinhas, das mesmas risadinhas sem propósito efetivo, e de não me encaixar nessa multidão que tagarela tanto, mas diz propriamente tão pouco. Sou eu quem mudou ainda mais, não foram os outros. Novas pessoas chegaram, estou mais velha, sou mais velha do que a maioria delas. E isso não faz de mim alguém melhor ou pior.Faz apenas de mim o que sou. Sinto-me mais madura, mas isto é um fato ou apenas uma sensação meio desconfortável? Não sei.
Só peço a Ele lá de cima que tudo passe mais rápido dessa vez, que eu fique mais calma, me estresse menos comigo e com o que se passa à minha volta e que consiga finalmente atingir meu tão sonhado objetivo. Sair dessa transição adolescência/vida adulta e possa me lançar em meio às desventuras da arte de se viver com mais maturidade e mais responsabilidades.
Estou irritada, pois esse texto não saiu nada como o planejado, mas acredito que exatamente por não ter sido planejado. Ultimamente ando mais no ''livre fluxo de consciência à la Clarice" do que no "monólogo interior à la Graciliano". É, vai entender. Deixa para aqueles que apreciam análises que as façam à vontade. Não é meu desejo agora. Só espero que tudo dê certo. De um jeito meio torto, mas que funcione no final.
Saudades sinto e sinto cada vez mais intensamente. Mas acredito que isso nunca vá mudar, afinal, cada um segue seu caminho e talvez algum dia o meu caminho cruze novamente com o de tantas pessoas que amo e que as quero tão bem. Mas, novamente, é apenas um desejo. Deixemos que esses destinos loucos decidam por eles mesmos e nos impulsionem ou não a tanto.
Obrigada a Você aí de cima por todo o esclarecimento e por me guiar sempre em meio às confusões e incertezas desse balaio de gato chamado vida. 
Au revoir, mes enfants e mes amis. :)
"Vida longa e próspera'',
Júlia Guitti.
[ Ao som de Creed - One Last Breath ]

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Pioneiro da segunda década do século.

Primeiro texto do ano por aqui.
Estado: milhões de coisas rondando-me a mente, um cansaço demasiado, diversas dúvidas, poucas certezas.
Nunca havia postado desta maneira, tão direto sobre mim, sem rodeios, ou textos de base, nem nada. Somente eu, só meu estado de espírito. Somente minha essência por hoje.
Venho tendo sonhos confusos há dias (talvez semanas, quem sabe?) e não consigo entendê-los. Alguns são nítidos e um pouco coesos. Outros de nada concreto têm. Sabe-se lá o motivo de tantos sonhos meio repetitivos. Espero ainda saber e entender um pouco do que se passa nessa cachola, nesse subconsciente ainda desconhecido para mim.
Uma conversa casual que tive dia desses me deixou com a ''pulga atrás da orelha'' como diriam aqueles adeptos de gírias idosas. Muitas me deixam.
Ando estressada, preocupada, exigente, sentindo-me confusa, pensativa, exaurida, curiosa e acima de tudo, analítica. Mas ainda não me desvencilho da ideia de que nada é por acaso, como uma teia (ou várias) que se mistura a tantas outras e que, juntas, se completam. 
É bom e ruim estar no mesmo lugar, vendo quase que as mesmas coisas, vários rostos conhecidos em meio a multidão tagarela e enérgica.
Bom pela sensação de conforto e continuar vendo sempre aqueles que tão aprazíveis o são para mim.
Ruim pela sensação de não ter andado pra frente, de não ter terminado uma etapa em minha vida e de não ter mais certezas como achava que tinha sobre mim e minhas escolhas. Até que ponto determinam o que sou, até que ponto guio-me por elas? Tantas perguntas, poucas respostas.
Parece-me que o melhor a fazer agora é descansar. Dormir um sono profundo que dure até... amanhã. ^^ Afinal, tempo dispendido demasiadamente para dormir, acaba roubando um pouco do nosso sopro de vida, não?
Vou ver se consigo acabar-me em meio às roupas de cama e melhorar um pouco esse turbilhão lento que gira inercialmente dentro de mim.
Acima de tudo, o que me não deixa cair nem sucumbir é saber que tenho você. Clichês e pieguices à parte, obrigada por me ver de todos os jeitos e ainda assim gostar do que vê.
Até breve, Júlia G.

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E mais uma vez o tempo lá fora reflete o tempo aqui dentro. Sinto-me sufocada, pensante, introspecta, saudosista, alegre e confusa.
Afinal, o tempo corre, avança, sem pena de nós-pobres mortais que buscamos incessantemente atrasar o relógio de nossas vidas, atrasar a 'hora final', a 'hora da despedida', a 'hora do fim'.
Fechamo-nos perante os dissabores aos quais nos submetemos.
E temos medo.
E aflições.
E acabamos fechando nossos corações para novas descobertas, novos caminhos, novos amores.
Digo por mim mesma - como já me fechei há tempos - que não compartilho mais destas ideias.
Quero aventurar-me.
Quero me esquecer das vezes que despedacei meu coração.
Esquecer das inúmeras lágrimas.
Esquecer dos momentos que o amor-próprio foi esquecido.
Esquecer dos castelos de areia que o mar levou.
Quero apenas viver.
Quero conseguir me abrir de novo.
Quero deixar alguém entrar. 
Quero reaprender a ser mais sensível. 
Quero conseguir trazer à luz tantos de meus sonhos. 
Sim, vou me abrir. Basta!
A vida é efêmera demais para que deixemo-la escapar por entre nossos finos dedos. 
Ficar presa a inúmeros livros e obras literárias de nada me vale além do conhecimento maravilhoso que posso adquirir ao longo do tempo.
Basta de me esconder em meio a livros, e manuscritos guardados e ideias que não deixam o Mundo das Ideias. 
Basta!  

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O Belo, o Perfeito e a Utopia ~




[ "(...)Eu que não me sento


No trono de um apartamento


Com a boca escancarada cheia de dentes


Esperando a morte chegar" ]


Tantos rótulos, tantos padrões... parece ser cada vez mais raro encontrar alguém dito 'original' e, olhando um pouco mais de perto, veremos que até este possui algo que incorporou do que lhe foi 'oferecido' previamente pelo tal Sistema em que vivemos. Sempre teremos características do meio que nos rodeia, a questão é: até que ponto nos propomos a ser o que vemos, o que supostamente devemos ser? Parece ser algo tão subliminar, tão intrínseco, mas não, não é.


Os tempos mudaram, como tantos dizem. O 'hoje' nunca é igual ao 'ontem' e nem será igual ao 'amanhã'.


Ao olhar para as crianças do mundo moderno, contemporâneo de hoje, me assusto um pouco. Crianças de 6,7 anos dançando funk, ouvindo musiquinhas sem sentido e sem profundidade fabricadas por uma mídia que não se importa com a qualidade, mas com a quantidade. Cada vez mais vemos 'bandinhas descoladas', garotas frenéticas por meninos idealizados e claramente fabricados. Não estou aqui para dar uma de 'rebelde sem causa' ou viver nostalgicamente sem ver o que de bom há no meu 'agora'. É só que é realmente estranho. Concordo que os tempos são outros, mas.. as pessoas também devem ser outras?


O mais triste de tudo é olhar para muitas crianças e não ver mais a inocência de tempos atrás em seus olhos. Cada um gosta do que melhor lhe apetece, mas até que ponto essa 'liberdade de escolha' nos é de fato concedida? E quanto às mulheres de hoje? Olho, procuro, mas não vejo mais a discrição, o charme que tantos poetas idolatravam ao falarem de suas 'musas inspiradoras'. A pressão para ser 'perfeita', para não ter nenhuma falha parece ser cada vez maior. Mas qual é o problema de se ter falhas, defeitos? Já dizia Fernando Pessoa:

Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito.

Se parássemos de idealizar o 'perfeito' e víssemos que nada é perfeito, com certeza, relacionamentos seriam mais duradouros, pessoas seriam mais satisfeitas e a felicidade seria uma consequência e não uma causa.

Muitos continuam frisando que não há como mudar, como fazer algo de diferente, algo que faça sentido e que mostre que uma visão diferente pode sim surtir algum efeito positivo. Acho que, se tirassem de mim esse sentimento de 'seja a mudança que você quer ver no mundo', minha existência perderia o suposto sentido que tem. Não querendo falar através de hipérboles, é só que viver sem acreditar que o mundo pode, sim, ser diferente, melhor (não perfeito!) é realmente algo triste, frio e vazio. Ao que me parece, apenas olhar para a situação atual e não se sensibilizar com a deturpação dos valores, com o egoísmo, o comodismo e a indiferença cada vez mais arraigados às nossas vidas definitivamente mostra-nos que não merecemos ter a oportunidade de ser e de viver.

Quanto a mim, que sou mulher, acredito que o belo não é o perfeito, mas sim as curvinhas, celulites, rugas e 'falhas' que só fazem de nós o que somos: verdadeiras e autênticas. Para ser forte, feliz e lutar pelo que se quer não é necessário plásticas, implantes e paliativos que escondem as 'imperfeições' e as 'marcas da idade'. O que faz de nós pessoas não é a idealização do perfeito, mas sim viver aceitando a nossa condição de humanos, imperfeitos, mas vivos e em constante mudança. ~

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E parece que realmente o tempo frio nos faz pensar, deixa-nos ainda mais introspectos e quase que força-nos a escrever alguma coisa. As palavras pipocam em nossa mente, vão se juntando e quando vemos já temos quase que um texto pronto, mas só no plano do imaginário. Acho que nunca tinha me proposto a escrever um texto quase que metalinguístico, mas acho que é o que temos pra hoje. Vou apenas deixar os pensamentos me levarem e vou digitando o que vier à minha cabeça.

Achei que esse break de duas semanas do cursinho iam me ajudar a descansar, a espairecer um pouco, iria me acalmar. Bom, isso tudo em tese, porque parece que, na prática, eu continuo cansada. Tento dormir até mais tarde, não consigo. Minha cabeça está a mil por hora, tantas coisas pra pensar, tantas ideias, tanta coisa pra gravar aqui dentro.. é difícil manter a calma e ainda conseguir 'relaxar' um pouco.. E, então... eu respiro fundo. E vejo que as minhas supostas preocupações são grãos de areia perto do que outras pessoas enfrentam cada dia de suas vidas.

Acho que ando mais no 'mood' de agradecer por tudo o que tenho. Pela sorte de ter uma casa, uma família, pela minha vida em si. Parece um monte de baboseira e clichezada, mas acho que estamos tão habituados a só reclamar e desejar que as coisas sejam melhores que ignoramos a beleza do que temos na nossa frente. Realmente, as pessoas só dão valor ao que têm quando o perdem ;)

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"Keep holding on"


E hoje a saudade bateu forte. Parecem momentos nostálgicos e meio sem nexo, mas hoje é tudo o que eu sinto:saudade. Os fins-de-semana não são os mesmos, nem as risadas, nem as brincadeiras, nem os conselhos, nem os amores, nem nada. Parece clichê e meio piegas, mas a verdade é que realmente você sente seu coração chorar e sangrar tantas vezes por esse simples e dolorido sentimento, essa sensação de que as coisas mudaram, de que as distâncias geográficas realmente atrapalham o 'rolar da carruagem'. Mas é aí que eu me lembro de você. Consigo entender o significado da palavra: companheirismo e porque é que posso te chamar de 'minha irmã'. Nessas horas, sangue, família e afins nada significam perto dos momentos e da felicidade que você me propõe. É triste não te ter mais aqui hoje, aqui perto, junto. Mas eu sei que você ainda está aqui. Distância é algo extremamente doloroso, mas realmente, a parceria e o sentimento de 'estou aqui pra você e por você hoje e até quando Deus quiser' é mais forte que tudo isso. E é só isso o que me importa. Saber que estou aqui e que você tbm está. De alguma forma. Dane-se essas benditas distâncias físicas.E terminando ao tom de Caio F.
Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar de remar também.
Para a menina com uma flor ~

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Respirando...


As coisas parecem que não mudam, quem mudam são as pessoas, são as circunstâncias, não os lugares, não as pessoas. Um mesmo lugar pode ser belo ou horrendo, depende do espectador, depende de quem o está analisando. Assim, viver não se baseia apenas em 'tocar o barco', mas sim diferentes sensações, na sinestesia cotidiana, nas diferentes lentes que usamos cada vez que vemos algo ou vamos a um lugar qualquer, seja ele relevante ou não para nós. Do que adianta, então, criarmos e fantasiarmos tantas coisas e situações, se não as colocamos em prática? De que adianta, então, apenas sonhar e idelizar, se os sonhadores e idealizadores se mantém apenas no plano das Ideias (como diria Platão) e não no plano físico e concreto, na realidade? E é neste ponto o qual esta que vos escreve se encontra. Estou farta de apenas insinuações, planos, metas, sonhos. Quero vivê-los, quero senti-los, quero respirá-los, experimentá-los, saber como realmente seriam se se tornassem realidade. Vou soltar meus corações, minhas paixões, minhas aspirações, meus pensamentos, vou deixar que o vento os leve, que eles encontrem quem devem encontrar, que eles sejam o que devem ser e vou lutar para que eu consiga vê-los aqui de baixo, vê-los voando e deslizando pelo ar, por esse céu tão diferente, tão cheio de faces, de cores, de luzes, de algodão-doce, de tantas formas, tantos jeitos diferentes. Vou deixá-los livres, vou ver até onde eles podem alcançar. Quero sentir o vento batendo em meu rosto, quero respirar o aroma singular que vem deste lugar dos sonhos, quero sentir o sol iluminando todos os pontos de meu corpo, quero beber destas circunstâncias, quero sentir a brisa e a aurora alcançarem meus olhos, meus lábios, meu sangue. Quero tudo isso e muito mais, muito além de tudo o que já quis até hoje. Quero viver um amor, mesmo um já existente e que permanece por tanto tempo, quero ver frutos deste amor, quero sofrer com ele, quero abraçar esse sentimento junto a mim, quero vê-lo dormir, vê-lo acordar, ver que ele ainda está aqui. Quero que tudo isso seja realidade e não apenas sonho. Quero sentir tudo o que já imaginei, as sensações boas e as ruins, as desejadas e as desagradáveis, o tudo e o nada, o belo e o desfigurado. Quero que a ampulheta do tempo continue seu trabalho, quero ver as marcas do tempo surgirem em meu rosto, quero ter filhos e vê-los crescer, e educá-los, amando-os mais até do que achei que seria capaz, quero amar o pai deles, quero envelhecer com ele, quero brigar com ele, quero deitar em seu colo, quero cozinhar seus pratos prediletos, quero contar com ele e que ele conte comigo, quero crescer, aprender e ensinar com ele. Quero também saber quem será ele, quero saber se tudo o que sinto vai se tornar realidade, vai dar frutos. Quero uma vida hoje e uma vida amanhã. Quero o tempo de ontem, o tempo de hoje e o tempo de amanhã...

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